Um Grito à Participação Cívica
A política, como forma e salvaguarda na defesa do interesse individual e colectivo, foi a formatação escolhida na sua essência pela humanidade, considerando-se que todos são políticos, inclusive aqueles que se dizem apolíticos.
Ao optar por este caminho, a sociedade encontrou o meio mais apropriado e capaz para acelerar o processo de evolução da civilização humana. Considerando-se a política como uma qualidade e um dom presente em cada pessoa, devemos desenvolvê-lo e utilizá-lo de forma positiva, para que venha a produzir frutos, dos quais a sociedade possa retirar algum benefício. Contudo, devido a factores negativos e actos reprováveis dos seus protagonistas, provocados por cidadãos de carácter duvidoso, os quais têm vindo ao conhecimento público, tem-se desvirtuado a política na sua essência, transformando-a numa bandeira à corrupção e à desonestidade.
Perante um acentuado desnorte e irresponsabilidade das estruturas partidárias, cumulativamente com uma cada vez maior ausência de participação social, assistimos, de forma impávida e conivente, ao empobrecimento dos valores que nos deviam nortear, com consequências devastadoras, falta de ideias inovadoras e ausência de participação cívica.
A falta de participação e indiferença social a que vimos assistindo ultimamente, quase de forma perversa, deve-nos alertar para a necessidade de um envolvimento cada vez mais activo e participativo de todos os cidadãos, de forma exigente e responsável, numa reflexão profunda sobre os conceitos que se pretendem ver instituídos e salvaguardados, assumindo que a falta de participação cívica abre caminho ao laxismo dos dirigentes, alimentando de forma galopante uma sociedade cega, num autêntico suicídio e prejuízo de uma democracia participativa em que vivemos.
A consequência de uma ausência de participação, atitude crítica, ideias e opinião, reflecte-se numa verdadeira tragédia para as populações, onde a exclusão social, a pobreza e a miséria são o resultado de políticas facilmente manipuladas, equivocadas e sem compromisso com a vontade da maioria da sociedade.
Há que agir politicamente sem receio, banindo do seu exercício práticas políticas sujas e corrompidas, a bem da sociedade, onde a igualdade social e a justiça andem lado a lado, num processo de valorização do ser humano na sua dimensão individual e colectiva, no combate eficiente à exclusão, através de acções que valorizem e desenvolvam actividades que concorram para a identidade e progresso de um povo.
João Soares
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