sábado, dezembro 20, 2008

Catástrofe Financeira Mundial


Os desafios e as consequências do capitalismo

Com a consolidação da União Europeia e o crescimento de alguns mercados emergentes a ter um papel importantíssimo no desenvolvimento e sustentabilidade dos mercados bolsistas mundiais, houve quem considerasse que o espectro do fantasma capitalista Norte Americano tivesse deixado de ter a importância que até há bem pouco tempo exercia na economia global.

Pura ilusão, pois a catástrofe económica emergente no sector habitacional dos Estados Unidos, tomou proporções jamais imaginadas, difundindo-se a todos os mercados sem excepção.

Como referiu Hugo Chávez, esta catástrofe do sistema financeiro internacional, só pode ter comparação ao poder de uma centena de furacões, tal a profundidade e o efeito devastador global em toda a economia mundial.

Esta crise começou a assumir proporções assustadoras, quando os mercados de acções asiáticos e europeus se apresentaram em queda abrupta e sistemática, com perdas consideráveis, situação que após alguns dias se percebeu não ser passageira mas contagiada pela instabilidade da crise financeira Norte Americana.

A corrida em Outubro do Congresso dos Estados Unidos para o apoio aos bancos, por forma a salvarem da falência eminente esses mesmos bancos, e ao mesmo tempo não permitirem a auto-destruição de todo o sistema económico americano, foram o facto determinante e prova de que o sistema capitalista mais uma vez tinha fracassado.

Da mesma forma que os americanos financiaram as instituições bancárias, numa tentativa de contenção à corrida aos bancos, levou os governos Europeus a avançar com estratégias de financiamento às instituições apanhadas neste colapso.

Perante este quadro, conclui-se a vulnerabilidade cíclica do sistema capitalista, onde a falta ou ausência de uma regulamentação efectiva contribuíram e facilitaram o descalabro nos mercados financeiros.

A evidência destes factores são claros no mercado habitacional, onde as casas se vão amontoando nas agências imobiliárias sem compradores, as empresas sem saída e saturação no mercado dos seus produtos, confrontadas com a queda da taxa de lucro, são obrigadas a redução dos salários e a despedimentos e subsequente encerramento, aumentando e contribuindo para um cada vez maior desequilíbrio e instabilidade social.

Um sistema como o capitalista, apodrecido e tendente às crise sistemáticas, com o único objectivo de obtenção de lucros, sem preocupação de atender a necessidades humanas específicas, só poderá contribuir para o empobrecimento das classes menos favorecidas, concorrendo inevitavelmente para uma calamidade, que, se não evitada a tempo, poderá levar a uma catástrofe absurda de milhares de lares arrestados pelas instituições bancárias, aumentando o já elevado número de famílias sem tecto, a fome e o aumento da criminalidade.


João Carlos Soares

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