Há mais de vinte anos, têm vindo a ser transferidas e dizimadas as reservas do Estado acumuladas ao longo de 40 anos, durante a opressão fascista, para as contas bancárias das elites instaladas, criando-se fortunas incalculáveis, de uma série de famílias privilegiadas pelo sistema capitalista defendido Governo após Governo, pedindo-se sistematicamente ao povo, às massas produtivas deste país, sacrifícios atrás de sacrifícios.
Sempre que se colocam à discussão os orçamentos de estado, a situação apresenta-se geralmente, para não variar, deficitária para se poder sequer pensar vir a contemplar compensações remuneratórias nos ordenados, confinando-se míseras percentagens nos aumentos salariais respectivos, justificando-se tal facto, pela razão de dificuldades e equilíbrios de gestão financeira do estado, que ninguém entende, enquanto uma série de ilustres crânios se apressam a ludibriar publicamente os incautos cidadãos, com números que não fazem sentido, nem correspondem na realidade à verdade dos factos.
Obrigam-nos a viver num sistema virtual, onde esgotados o maná de cifrões oriundos anos após anos dos fundos comunitários resultantes da nossa integração na Comunidade Europeia, pouco mais fizeram a este país que não fosse encher os bolsos dos que sempre estiveram ao comando e na decisão da atribuição desses fundos, porque todos os investimentos suportados pelos quadros comunitários, mais tarde ou mais cedo apresentam-nos a factura do seu pagamento, com aumentos ou aparecimento de novos impostos.
Não se consegue entender porque razão, sabendo o governo português e estando na posse de informação concludente dos diversos desvios e fraudes recentemente a descoberto no sistema bancário Português, não tenha ainda tomada a decisão mais importante contra a fuga de capitais dos prevaricadores, congelando-lhes de imediato todas as suas contas e bens. Só assim prestariam um serviço inestimável e credível aos portugueses, que se vêem mais uma vez enganados e ludibriados pelos barões que vieram substituir no regime democrático, o papel dos caciques do regime salazarista.
Anda-se a discutir migalhas, não havendo dinheiro, quando a discussão é em torno dos salários e das reformas, mas quando se trata de fazer face ao desmando que actualmente existe no sistema bancário, fica no ar a pergunta:
De onde, afinal de contas, aparece todo este dinheiro injectado pelo Governo nos diversos bancos ?
Se não há condições económicas para dar alguma saúde aos ordenados dos trabalhadores portugueses, porque será que essas mesmas condições não se fazem sentir para encher e salvaguardar os bolsos da classe rica deste país?
Não somos tolos, não somos burros nem estamos disponíveis para tolerar mais tanta falta de vergonha.
É preciso começar a fazer-se sentir a revolta dos portugueses perante esta pouca vergonha, não permitindo e tomando posições públicas de desagrado para com esta atitude e postura dos nossos representantes, confrontando-os com a verdade dos factos, e alertando-os que a paciência tem limites.
Um regime democrático, não pode só por si ser chamado de livre, quando as trafulhices começam a proliferar e ser toleradas na nossa sociedade, as desigualdades acentuam-se carregando e exigindo aos mais desfavorecidos sacrifícios, enquanto os nossos representantes parecem e estão mais empenhados em salvarem-se politicamente a si próprios, do que a tudo fazerem ao seu alcance para criar as condições de vida a que todo o cidadão num sistema democrático deve ter direito.
O livre sistema partidário, suporte indispensável nos regimes democráticos, há muito se tem vindo definhando, encontrando-se fortemente debilitado e à beira da ausência e falência idelógica, resultante da ganância pelo poder.
Com tanta inteligência crítica que nos apresentam diariamente nos órgãos de comunicação, pergunto-me onde estavam, enquanto os vigaristas do sistema perpetraram todo este logro financeiro?
Os termos técnicos que apresentam, são todos cheios de malabarismos tal qual espectador no circo, que de boca aberta, se surpreende número atrás de número , só que os efeitos deste circo em que nos têm envolvido, acarreta nas nossas vidas consequências devastadoras.
João Carlos Soares
1 comentário:
Caro João,
Queria-te desejar umas boas festas e um 2009 pleno de saúde, paz de espírito e solidariedade.
Com um abraço amigo do,
André Pinotes Batista e do restante clã Pinotes Batista
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