Sem a noção do passar dos anos, e quando ainda há pouco tempo, menino e moço vivia a Revolução de Abril com tudo o que ela representava no coração dos jovens da época, que como eu sentiram este momento inesquecível, apercebo-me que cheguei aos 50 anos.
Como quem não quer a coisa, meio século de vivências se passou com alguma turbulência inevitável, outras não tanto assim, mas consciente e cada vez menos optimista quanto ao futuro, sabendo contudo que a partir de agora passarei a descontar os dias, faltando-me o tempo para concretizar projectos de uma vida, mas com uma certeza: Já não tenho pachorra nem tempo para lidar com mediocridade e ignorância gratuita travestida com opções pomposas de gente, como diria alguém a quem politicamente muito devo e que seria bom muito boa gente não esquecer, Aires de Carvalho, os apelidava de “aprendizes de feiticeiro”.
Fico inquieto quando vejo egos extravasando sadismo intelectual polido de verniz a estalar por todos os poros, de invejosos cuja única prioridade que têm na vida é tentar destruir a imagem de todos aqueles que fazem por merecer o nosso respeito e admiração.
Quando somos jovens, sonhamos utopicamente que será possível mudarmos radicalmente o mundo, acordando diariamente de sonhos revolucionários mensageiros de profecias anunciadoras do fim da miséria e das desigualdades.
Agora que a meninice passou a fazer parte de um sonho passado do faz-de-conta, não quero acreditar nem continuar a sonhar que será impossível acabar com uma sociedade com falsidades e ressentimentos, só porque as pessoas estão mais preocupadas em usar os rótulos do que a debater e defender os conteúdos, dando ouvidos a cantos de sereia autoritários, que para nossa infelicidade começam a fazer escola nos corredores da política.
Embora já não acredite em profecias e revoluções, quero e tenho o dever de, continuar a sustentar a esperança de uma sociedade que opte por um caminho de sustentabilidade apoiada na aprendizagem, ao lado de gente que pauta a sua conduta do dia-a-dia com a sabedoria prática da razoabilidade, conhecimento e racionalidade, reconhecendo e auto criticando os seus erros, não se deslumbrando com os triunfos fáceis, defendendo com humildade a vida neste mundo cada vez mais complexo e confuso.
Pertenço a uma esquerda que se pauta pela liberdade de expressão e pela defesa da democracia participativa, mas não me enquadro nem defendo atitudes de autêntica histeria e cegueira ética partidária, que facilmente perde o autocontrole.
Renuncio a qualquer tipo de convívio político com pessoas onde a razoabilidade não impere e a falta de consistência e conteúdos transforma o debate em ressentimentos recalcados dos seus fracassos, esgotando a nossa paciência e comprometendo obviamente as relações pessoais.
Passados que foram precisamente 53 anos, vou-me esforçar e tudo farei para tentar preservar na minha conduta aquilo que considero como virtudes, retocar e tornar os meus defeitos mais leves, polidos e coerentes, por forma a sentir-me melhor de bem com a vida.
Como quem não quer a coisa, meio século de vivências se passou com alguma turbulência inevitável, outras não tanto assim, mas consciente e cada vez menos optimista quanto ao futuro, sabendo contudo que a partir de agora passarei a descontar os dias, faltando-me o tempo para concretizar projectos de uma vida, mas com uma certeza: Já não tenho pachorra nem tempo para lidar com mediocridade e ignorância gratuita travestida com opções pomposas de gente, como diria alguém a quem politicamente muito devo e que seria bom muito boa gente não esquecer, Aires de Carvalho, os apelidava de “aprendizes de feiticeiro”.
Fico inquieto quando vejo egos extravasando sadismo intelectual polido de verniz a estalar por todos os poros, de invejosos cuja única prioridade que têm na vida é tentar destruir a imagem de todos aqueles que fazem por merecer o nosso respeito e admiração.
Quando somos jovens, sonhamos utopicamente que será possível mudarmos radicalmente o mundo, acordando diariamente de sonhos revolucionários mensageiros de profecias anunciadoras do fim da miséria e das desigualdades.
Agora que a meninice passou a fazer parte de um sonho passado do faz-de-conta, não quero acreditar nem continuar a sonhar que será impossível acabar com uma sociedade com falsidades e ressentimentos, só porque as pessoas estão mais preocupadas em usar os rótulos do que a debater e defender os conteúdos, dando ouvidos a cantos de sereia autoritários, que para nossa infelicidade começam a fazer escola nos corredores da política.
Embora já não acredite em profecias e revoluções, quero e tenho o dever de, continuar a sustentar a esperança de uma sociedade que opte por um caminho de sustentabilidade apoiada na aprendizagem, ao lado de gente que pauta a sua conduta do dia-a-dia com a sabedoria prática da razoabilidade, conhecimento e racionalidade, reconhecendo e auto criticando os seus erros, não se deslumbrando com os triunfos fáceis, defendendo com humildade a vida neste mundo cada vez mais complexo e confuso.
Pertenço a uma esquerda que se pauta pela liberdade de expressão e pela defesa da democracia participativa, mas não me enquadro nem defendo atitudes de autêntica histeria e cegueira ética partidária, que facilmente perde o autocontrole.
Renuncio a qualquer tipo de convívio político com pessoas onde a razoabilidade não impere e a falta de consistência e conteúdos transforma o debate em ressentimentos recalcados dos seus fracassos, esgotando a nossa paciência e comprometendo obviamente as relações pessoais.
Passados que foram precisamente 53 anos, vou-me esforçar e tudo farei para tentar preservar na minha conduta aquilo que considero como virtudes, retocar e tornar os meus defeitos mais leves, polidos e coerentes, por forma a sentir-me melhor de bem com a vida.
João Soares
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