O desnorte de algumas famílias e a perplexidade perante as informações e interpretações contraditórias da instabilidade económica do país levam os cidadãos a interrogar-se, desesperadamente, sobre o rumo da sociedade e das suas vidas.
Esta situação conduz, cada vez mais, as famílias encurraladas e sujeitas a uma violência quotidiana do meio social onde se enquadram, vivendo permanentemente um pesadelo carregado de absurdos em cujo sentido não encontram razão ou análise racional.
As falsas promessas de desenvolvimento, sempre presente nos discursos mentirosos de alguns lideres governamentais, dos políticos corruptos, cuja ganância insaciável e voraz, controlada por elites instaladas no sistema, conduzem cada vez mais as famílias a uma autodestruição e revolta violenta numa estrutura social já de si frágil.
Para combater essa tendência destrutiva e conduzir para caminhos que possam resgatar os valores que dão sentido à vida, individual e colectiva, pode e deve ser invertida essa tendência, exigindo-se moral e ética a quem tem o dever e a obrigação de o fazer, que são os políticos que nos governam.
O desempenho com apego e convicção nas lides do poder, deve e tem que ter, dos seus protagonistas uma face visível e nunca uma máscara onde a pouca vergonha, o vale tudo da ganância insansiável de gente sem escrúpulos se sobrepôem ao dever de servir e gerir a causa pública. O poder pelo poder não pode servir nem deve ser usado pelos seus detentores, mas sim para ser exercido com honestidade, verdade e acima de tudo com muita coerência e sensatez.
Para que a ética e a moral prevaleçam na sociedade, torna-se necessário que exista e se cumpra um código de conduta baseado em valores, consentido e praticado pela classe política, baseado em manifestações concretas de cooperação e solidariedade, inserido numa organização social pluralista e de democracia participativa, transcendente a todos os outros sistemas de crenças e valores, como súmula da consciência humana no direito dos cidadãos à sua liberdade e felicidade.
Para uma sociedade de cidadãos activos, participantes e confiantes no futuro, fonte da liberdade que transformou a história, essa democracia participativa não pode nem deve ser vista como ficção ou sonho, mas sim como uma visão de futuro na construção de um discurso em que não se tenha medo do confronto de valores nem do seu impacto real e mais que provável na existência humana à luz de experiências políticas e práticas acumuladas ao longo dos tempos.
Deve-se exigir ética e moral como dever dos nossos governantes, numa visão da humanidade inspirada numa aprendizagem de gerações, em conformidade com os actores sociais, de uma forma racional, que se pode e deve vir a manifestar no futuro, onde a razão comande e oriente as paixões para um grau de confiança das pessoas na possibilidade de uma concreta realização do verdadeiro potencial da sociedade .
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