sexta-feira, dezembro 16, 2011

Estou farto de os ver, ouvir e cheirar


Olhando para o rectângulo colorido 16:9 que nos bombardeia diariamente com sombrias desgraças e resmungando com o meu mau feitio interior, farto de tanta conversa fiada, vou assistindo, como qualquer cidadão atento, a esta maratona de políticas devastadoras levadas a cabo pelos supostamente representantes do povo, e dou por mim a pensar qual a melhor forma de reagir perante tanta falta de credibilidade, tanta desgraça verbal, tanta conversa fiada e o abandalhamento a que fizeram chegar a nossa desgraçada e sofrida democracia.

Passados os processos eleitorais, disputada que foi a época das promessas e do beijos distribuídos nas feiras e mercados, caímos em nós e somos confrontados com a dura realidade da verdadeira doutrina desses anormais, que sempre com o seu ar solene, fazendo que ouvem os queixosos e dizendo a tudo que sim, rapidamente deixam cair as promessas, justificando-se sempre na responsabilidade de outros, o que me dá vontade de os deixar de ventas à banda e, sem lhes dar tempo de reagir, libertar alguns palavrões pela trombas acima, antes mesmo que tenham tempo ou hipótese de grunhir algo, tentando fazer-nos passar por tolos.

Nos tempos que correm, perante o descalabro e a pouca vergonha de quem devia por obrigação ser o exemplo, sabe bem mandá-los pró cacete, pois com tamanha turba de anormais, recomenda-se alguma falta de educação ou a utilização de vernáculos de baixo nível, mais que não seja como uma terapia que nos liberta e pontapeia o stress em que nos obrigam a viver dia após dia, sem esperança nem alternativas.

Parafraseando Agostinho da Silva “ Há coisas que fazemos só mesmo porque tem de ser, há coisas que vamos fazendo conforme vamos vivendo e nem notamos, e há coisas que quando fazemos ficam para sempre na nossa memória, como um grande momento. Essas, são por vezes coisas simples do dia-a-dia, outras vezes são coisas que alteram toda a nossa história,.. “

Mas eu diria que no final, as acções que ficam são as que nos deram realmente prazer, por essa razão, mesmo que tal possa ser entendido como falta de educação ou vernáculo de baixo nível, faz bem à saúde mental de cada um de nós e, como tal, recomenda-se.

Sempre que o primeiro-ministro se apresenta perante o parlamento, questionado sobre as medidas a implementar e compromissos assumidos, justifica-se relegando para o passado, atribuindo essas mesmas medidas ao seu antecessor.

Então há inevitavelmente algumas perguntas a fazer; Porque se candidatou, porque não aceitou essas propostas do anterior governo, e porque não exigiu o cumprimento das mesmas, responsabilizando-o depois pelos resultados e consequências?

Se tudo o que tem implementado ou se propõe implementar, são medidas da responsabilidade do anterior governo, das duas uma, ou não tem ideias próprias, ou mentiu aos eleitores e então não passa de mais um grande farsante, um mentiroso compulsivo, e como tal, sem qualquer tipo de desculpa, não deverá ser poupado ao juízo final dos portugueses.

João Carlos Soares

Barreiro, 16 de Dezembro de 2011

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