quinta-feira, outubro 01, 2009

Violência Política ou a Teoria da Conspiração


O recente acto eleitoral para as legislativas, veio mais uma vez mostrar que existem muitas e boas razões para acreditarmos que as opções que nos parecem ser as piores escolhas no actual sistema não são acidentais, mas sim um fenómeno que, de tempos a tempos, nos tentam conduzir garantidamente a regimes totalitaristas.
Exactamente por essa ordem de razão, nas sociedades dominadas ou predominantemente com ascendente totalitarista, são provavelmente quase sempre os pouco escrupulosos e mais descarados os mais bem sucedidos. Está na cara e só não vê quem não quer ou não percebe o que realmente separa o totalitarismo de um regime dito liberal.
Um dos objectivos da política de esquerda e dos seus intervenientes, terá de ser o alerta constante nas opções e escolhas contra a privação dos direitos dos cidadãos em geral, eliminando as causas e prevenindo consequentemente os efeitos por forma a não permitir o sucesso de qualquer tentativa de sonegar as liberdades conquistadas.
Para que tal não aconteça, há que impedir a todo o custo a moda actualmente em voga entre a classe de intelectuais que usando o argumento da falta de segurança, apoiam e defendem a contenção e suspensão de liberdades essenciais no sistema democrático português.
Para todos aqueles que defendem e alimentam de forma convicta a inevitável ascensão de um regime totalitarista, minando a sociedade e envenenando os menos esclarecidos, torna-se cada vez mais necessário uma atenção redobrada para todo o tipo de propaganda populista que caracteriza esses farsantes, mostrando-lhes a nossa repulsa, intervindo com maturidade, coerência e convicção dos valores que nos norteiam.
Não nos devemos iludir ao ponto de pretender que todas as pessoas se identifiquem totalmente com a nossa forma de participação na vida pública, nem que todas elas professem dos mesmos valores e convicções e que por isso os julguemos menos competentes só porque muitos deles preferem confiar em governantes conscientes e sensatos, quando esses governantes fazem parte de um sistema estabelecido por homens bons.
A interacção entre a moral das instituições que nos governam, pode e deve funcionar como catalisador do equilíbrio na ética resultante das noções morais da sociedade e nunca como obstáculo à concretização das nobres razões que conduziram Portugal à conquista da Liberdade em Abril de 1974.
Resultado da falta de seriedade e escrúpulos de alguns protagonistas na cena política, afastam cada vez mais gente decente com princípios e convicções, proporcionando a ascensão da canalhice aos palcos públicos da governança.