terça-feira, dezembro 23, 2008

Tolos, Burros?.... mas que falta de Vergonha.


Realmente devemos ser todos tolos, ou então querem-nos fazer passar por parvos, resumindo-se a inteligência deste povo, versus esperteza, aos ilustres mafiosos conotados e autorizados por quem manda neste país, que e de uma forma desavergonhada, pura e simplesmente roubam as poupanças dos que trabalham por estas bandas, gerindo o sistema bancário de uma forma leviana e kafkiana.

Há mais de vinte anos, têm vindo a ser transferidas e dizimadas as reservas do Estado acumuladas ao longo de 40 anos, durante a opressão fascista, para as contas bancárias das elites instaladas, criando-se fortunas incalculáveis, de uma série de famílias privilegiadas pelo sistema capitalista defendido Governo após Governo, pedindo-se sistematicamente ao povo, às massas produtivas deste país, sacrifícios atrás de sacrifícios.

Sempre que se colocam à discussão os orçamentos de estado, a situação apresenta-se geralmente, para não variar, deficitária para se poder sequer pensar vir a contemplar compensações remuneratórias nos ordenados, confinando-se míseras percentagens nos aumentos salariais respectivos, justificando-se tal facto, pela razão de dificuldades e equilíbrios de gestão financeira do estado, que ninguém entende, enquanto uma série de ilustres crânios se apressam a ludibriar publicamente os incautos cidadãos, com números que não fazem sentido, nem correspondem na realidade à verdade dos factos.

Obrigam-nos a viver num sistema virtual, onde esgotados o maná de cifrões oriundos anos após anos dos fundos comunitários resultantes da nossa integração na Comunidade Europeia, pouco mais fizeram a este país que não fosse encher os bolsos dos que sempre estiveram ao comando e na decisão da atribuição desses fundos, porque todos os investimentos suportados pelos quadros comunitários, mais tarde ou mais cedo apresentam-nos a factura do seu pagamento, com aumentos ou aparecimento de novos impostos.

Não se consegue entender porque razão, sabendo o governo português e estando na posse de informação concludente dos diversos desvios e fraudes recentemente a descoberto no sistema bancário Português, não tenha ainda tomada a decisão mais importante contra a fuga de capitais dos prevaricadores, congelando-lhes de imediato todas as suas contas e bens. Só assim prestariam um serviço inestimável e credível aos portugueses, que se vêem mais uma vez enganados e ludibriados pelos barões que vieram substituir no regime democrático, o papel dos caciques do regime salazarista.

Anda-se a discutir migalhas, não havendo dinheiro, quando a discussão é em torno dos salários e das reformas, mas quando se trata de fazer face ao desmando que actualmente existe no sistema bancário, fica no ar a pergunta:

De onde, afinal de contas, aparece todo este dinheiro injectado pelo Governo nos diversos bancos ?

Se não há condições económicas para dar alguma saúde aos ordenados dos trabalhadores portugueses, porque será que essas mesmas condições não se fazem sentir para encher e salvaguardar os bolsos da classe rica deste país?

Não somos tolos, não somos burros nem estamos disponíveis para tolerar mais tanta falta de vergonha.

É preciso começar a fazer-se sentir a revolta dos portugueses perante esta pouca vergonha, não permitindo e tomando posições públicas de desagrado para com esta atitude e postura dos nossos representantes, confrontando-os com a verdade dos factos, e alertando-os que a paciência tem limites.

Um regime democrático, não pode só por si ser chamado de livre, quando as trafulhices começam a proliferar e ser toleradas na nossa sociedade, as desigualdades acentuam-se carregando e exigindo aos mais desfavorecidos sacrifícios, enquanto os nossos representantes parecem e estão mais empenhados em salvarem-se politicamente a si próprios, do que a tudo fazerem ao seu alcance para criar as condições de vida a que todo o cidadão num sistema democrático deve ter direito.

O livre sistema partidário, suporte indispensável nos regimes democráticos, há muito se tem vindo definhando, encontrando-se fortemente debilitado e à beira da ausência e falência idelógica, resultante da ganância pelo poder.

Com tanta inteligência crítica que nos apresentam diariamente nos órgãos de comunicação, pergunto-me onde estavam, enquanto os vigaristas do sistema perpetraram todo este logro financeiro?

Os termos técnicos que apresentam, são todos cheios de malabarismos tal qual espectador no circo, que de boca aberta, se surpreende número atrás de número , só que os efeitos deste circo em que nos têm envolvido, acarreta nas nossas vidas consequências devastadoras.


João Carlos Soares

sábado, dezembro 20, 2008

Catástrofe Financeira Mundial


Os desafios e as consequências do capitalismo

Com a consolidação da União Europeia e o crescimento de alguns mercados emergentes a ter um papel importantíssimo no desenvolvimento e sustentabilidade dos mercados bolsistas mundiais, houve quem considerasse que o espectro do fantasma capitalista Norte Americano tivesse deixado de ter a importância que até há bem pouco tempo exercia na economia global.

Pura ilusão, pois a catástrofe económica emergente no sector habitacional dos Estados Unidos, tomou proporções jamais imaginadas, difundindo-se a todos os mercados sem excepção.

Como referiu Hugo Chávez, esta catástrofe do sistema financeiro internacional, só pode ter comparação ao poder de uma centena de furacões, tal a profundidade e o efeito devastador global em toda a economia mundial.

Esta crise começou a assumir proporções assustadoras, quando os mercados de acções asiáticos e europeus se apresentaram em queda abrupta e sistemática, com perdas consideráveis, situação que após alguns dias se percebeu não ser passageira mas contagiada pela instabilidade da crise financeira Norte Americana.

A corrida em Outubro do Congresso dos Estados Unidos para o apoio aos bancos, por forma a salvarem da falência eminente esses mesmos bancos, e ao mesmo tempo não permitirem a auto-destruição de todo o sistema económico americano, foram o facto determinante e prova de que o sistema capitalista mais uma vez tinha fracassado.

Da mesma forma que os americanos financiaram as instituições bancárias, numa tentativa de contenção à corrida aos bancos, levou os governos Europeus a avançar com estratégias de financiamento às instituições apanhadas neste colapso.

Perante este quadro, conclui-se a vulnerabilidade cíclica do sistema capitalista, onde a falta ou ausência de uma regulamentação efectiva contribuíram e facilitaram o descalabro nos mercados financeiros.

A evidência destes factores são claros no mercado habitacional, onde as casas se vão amontoando nas agências imobiliárias sem compradores, as empresas sem saída e saturação no mercado dos seus produtos, confrontadas com a queda da taxa de lucro, são obrigadas a redução dos salários e a despedimentos e subsequente encerramento, aumentando e contribuindo para um cada vez maior desequilíbrio e instabilidade social.

Um sistema como o capitalista, apodrecido e tendente às crise sistemáticas, com o único objectivo de obtenção de lucros, sem preocupação de atender a necessidades humanas específicas, só poderá contribuir para o empobrecimento das classes menos favorecidas, concorrendo inevitavelmente para uma calamidade, que, se não evitada a tempo, poderá levar a uma catástrofe absurda de milhares de lares arrestados pelas instituições bancárias, aumentando o já elevado número de famílias sem tecto, a fome e o aumento da criminalidade.


João Carlos Soares

segunda-feira, dezembro 08, 2008

Os ciclos da crise


Até há bem pouco tempo, falar-se em intervenção do estado no sector privado, através de qualquer tentativa de interferência no sistema económico, teria como resultado, uma cruzada de alguns actores representantes e defensores de grupos económicos apologistas do livre mercado como único regulador da economia, atacando os possíveis invasores, de estarem a imiscuírem-se nos negócios do sector privado, apelidando o Governo de regresso ao passado e tudo o mais que se diria e escreveria, despertando um passado ainda bem vivo na memória de alguns senhores feudais.
Será que mudaram as suas posições analisando e revendo as teorias defendidas nas estratégias que suportaram ao longo dos tempos, reconhecendo conceitos estratégicos equivocados, para os quais não encontram soluções ou passes de mágica que conduzam a depressão a um nivelamento da economia na realidade do tempo presente.
A questão que se coloca numa primeira avaliação da situação a nível internacional, é a de que o que neste momento está em causa, é saber se a crise pode e deve ser imputada ao sistema capitalista, ou ao liberalismo em geral.
As sociedades mundiais, têm vindo através dos Governos instalados a desenvolver e cultivar políticas de desagregação social através da cada vez maior desigualdade de direitos dos cidadãos, num crescendo e ameaça da pobreza e exclusão social, sem uma lógica estrutural que justifique a forma e o modo de condução das políticas internas, tentando procurar os culpados de uma forma impessoal e generalizada, quando a culpa tem nome e é parte integrante do sistema liberal que nos têm obrigado e permitido aceitar.
Constatando-se que o mercado aberto era responsável pela generalização da crise capitalista a nível global, não se percebe porque razão se permitiu e incentivou a sua ampliação, impedindo a privatização e interferência cada vez menor do Estado nas economias, como a nossa, em agonia constante.
Com o alastramento da crise económica a nível internacional, os defensores do liberalismo vêm agora apresentar como solução, uma intervenção do estado onde eles falharam, argumentado e justificando as suas falhas de sistema, na complexidade da própria razão da sua existência, porque os mesmos conceitos ideológicos que utilizaram para defender o mercado aberto e livre, são agora incapazes para apurar a gravidade das suas acções, tornando a solução como tarefa inacessível e impossível, para compreender os fenómenos económicos, dos quais são os únicos responsáveis.
Os defensores do liberalismo, escondem-se agora por trás da sua própria perplexidade incompreensível do estado em que colocaram a economia mundial, em vez de assumirem a falha e os argumentos de economia de estado que implementaram e defenderam, que não funciona, tentando ainda fazer sobreviver hipócrita e ideologicamente um sistema que face à crise instalada, vem de uma vez por todas dar razão ao fracasso na prática da sua teoria.
Com a Perestróika de Gorbatchov e a abertura e Ocidentalização do Leste, uma grande parte dos recursos mundiais, alimentaram e passaram a integrar um mercado onde os Governos Liberais expandiram e permitiram um novo ciclo do sistema Capitalista, através da globalização económica, mas que graças a duas das suas características fundamentais, a instabilidade e a insustentabilidade nos conduzem a passos largos para um final irreversível e fatal.
Como resultado, foi criada uma ilusão em torno de um mercado liberalizado à escala mundial, frustrando todas as expectativas de que o mercado por si, pudesse ser uma força auto reguladora, e que face à concorrência os recursos económicos fossem investidos da melhor forma possível, seguindo uma lógica de pensamento sustentada pela especulação nas bolsas de valores de todo o mundo.
Perante as evidências da fragilidade e fracasso da ideologia liberal e do capitalismo, poderia e deveria o Estado estabelecer e fazer cumprir novas regras para se evitarem crises no futuro, controlando os fluxos de capital, privatizando os bancos em dificuldade de assumirem os seus compromissos para com os seus clientes. Pelo contrário, ao que vimos assistindo pela intervenção do Estado, as soluções apresentadas para sair da crise confirmam o carácter ideológico do liberalismo, com a ajuda às instituições bancárias e ao sistema a sair da crise, injectando capital em instituições de âmbito privado, que o continuam a ser, com capital de todos nós, para depois voltar a deixar ser novamente o mercado como órgão regulador da economia, até que, sejamos novamente confrontados perante uma nova recessão, mantendo e sustentando este sistema corrupto e virtual.
Bem gostaríamos nós que a fragilidade e fracasso prático do liberalismo, nos pudessem conduzir automaticamente à sua superação, mas a realidade mostra-nos que os interesses que são a base da sua fundamentação, são considerados mais importantes e encontram-se acima dos argumentos. Ao apelarem para a intervenção estatal na defesa das instituições financeiras, baseadas na teoria capitalista, contradizendo a sua própria teoria liberal, os defensores do liberalismo não extraem dela as consequências daí subjacentes, porque no cerne das suas crenças e na razão da existência do liberalismo, enquanto teoria ideológica, permanece e estará sempre presente e evidente o capitalismo, o qual continua a servir-lhe de vestimenta.
Joao Carlos Soares

segunda-feira, dezembro 01, 2008

O Crime não pode nem deve ser compensado


Com todas as pretensões de liderança, à esquerda, apetece-me dizer:Para a p.q.p.
Não poderei dizer nem considerar resposta politicamente correcta, nem aceitável, até podendo ser interpretado de forma errónea, com ideias e pensamentos ideologicamente de direita. Mas não, e como pode ser constatado na selva política em que nos movimentamos, o que não falta por aí, são necrófagos e hienas que de forma tola, se vão rindo, por enquanto, um riso hipócrita escondendo e encobrindo o ranger dos dentes de raiva, contra tudo e contra todos os que questionem os seus privilégios, que consideram como direitos naturais. Neste contexto, não nos podemos esquecer dos ressabiados oportunistas de última hora.
Parece até que os partidos se envergonham, e de forma lesta se apressam a despir as vestes e sentimentos que os nortearam, com o simples objectivo de agarrar uma única oportunidade que seja, para se constituírem como símbolos do nada, numa sobrevivência continuada e adiada, sustentada por mera retórica saudosista, tendo como único objectivo içar a bandeira da esquerda no altares da política.
Continua a ser o mitigar do amigo e do inimigo político a manter a sobrevivência da política e de alguns políticos, no meio de alguma perplexidade dos mais atentos e informados, ao sabor de um gosto e numa época em que as críticas não são bem vindas nem aceites, sintoma e característica de quem faz o jogo preferido da direita, utilizando alguma inocência útil dos agitadores, mesmo que não objectiva, muito menos intencional.
De forma contínua, contribuímos e alimentamos um ciclo pendular de mentes assaltadas por fantasmas do passado que continuam a ensombrar o presente com dúvidas e receios.
Quando se fala em crise, a mesma crise que contribuiu para o colapso financeiro e económico das sociedades, através da trafulhice e compadrio ultimamente conhecidos dos portugueses, através dos escândalos tornado públicos, é a mesma, e são os mesmos os responsáveis pelo fracasso do sistema político que os tolera e protege.
O mundo do faz de conta, em que nos têm envolvido e enganado, cobra de todos nós uma factura que tenho dúvidas os portugueses estejam dispostos a pagar, sem que para tal, os responsáveis, alguns deles já identificados, sem apelo venham a pagar e sentir as consequências da sua perversa acção, descaramento e falta de respeito para com todos os que acreditaram na transparência do sistema bancário, e nas garantias dos sistema político, garante do respeito pelos mais elementares valores de um País, na plena defesa da sua Constituição, são exactamente os mesmos que, hoje estão no Governo e amanhã nos lugares de administração de interesses particulares.
A actual crise internacional, coincidente e resultado da falta de confiança dos mercados bolsistas de referência, na subida descontrolada e inflaccionada dos combustíveis pelos mercados accionistas de títulos, calculados em previsões por sofisticados sistemas de engenharia financeira ao sabor dos interesses instalados na alta finança capitalista, transformando e condicionando cada vez mais a actividade política, já de si vinculada à institucionalidade cada vez mais estranha e alheia à realidade social.
Esta crise potencializada pelo descrédito, desconfiança e falência do próprio sistema político, representa a necessidade e preocupação que nos deve unir, no sentido dos cidadãos reagirem à falta de ética e desmando da vida pública, por forma a garantir que a corrupção e os actos fraudulentos apurados e desmascarados, não venham uma vez mais a ficar impunes.
O crime não pode nem deve ser compensado.

João Carlos Soares

sábado, novembro 29, 2008

Terceira Travessia sobre o Tejo – Participação Pública




No âmbito da consulta pública do processo a uma avaliação de Impacto Ambiental referente à ligação de Alta Velocidade entre Lisboa e Madrid e à construção da Terceira Travessia do Tejo, exercendo há longos anos a minha actividade profissional no Concelho do Barreiro e desde há sete anos como eleito na autarquia do Barreiro, venho, por este meio, manifestar a minha total concordância com a realização desta obra, considerando que a solução a adoptar deve incorporar as valências ferroviária e rodoviária, tal como se encontra definida no Corredor (B) Poente.

Considero ainda que a construção desta importante obra representará um contributo indispensável para o melhor funcionamento da Área Metropolitana, numa perspectiva futura de progressiva redução dos movimentos pendulares entre as duas margens, e permitindo o desenvolvimento económico, empresarial e sociocultural não só do Concelho do Barreiro, mas também de outros concelhos da margem Sul do Tejo, em particular da Moita e do Seixal.

A não realização deste projecto reflectir-se-ia uma vez mais, assim sendo, no abandono a que a nossa região e os interesses nacionais seriam vetados, o que não quero acreditar.

A construção da terceira travessia do Tejo, ligando as duas margens Barreiro e Chelas, deve ser assumida inequivocamente pelo Governo, como uma necessidade inadiável, fundamental no plano de escoamento de tráfego da Ponte 25 de Abril, no desenvolvimento do plano económico nacional, potenciando consequentemente o desenvolvimento dos Concelhos do Barreiro, Seixal e da Moita.

Acima de tudo, transformando o Distrito de Setúbal num pólo de atracção, desenvolvimento e interesse ao investimento nacional, dotando este distrito das condições indispensáveis e adequadas à fixação, por conseguinte, do sector económico, bem como das populações no distrito onde vivem e trabalham. contribuindo para o equilíbrio do tecido urbano, resultante das perspectivas criadas em torno de mais emprego.

Há alguns anos atrás, como poderá ser facilmente constatado, o Governo então do PSD, apresentou em conferência de imprensa, em São Bento, através do seu Grupo Parlamentar, por absurdo que pareça, proposta que viria a ser votada, onde era anulada a verba de um milhão de euros para finalizar os estudos da Ponte Barreiro-Chelas.

Esses estudos seriam a base que levariam à conclusão de fazer ou não a ponte e com que características. Esta forma hipócrita e enviesada engendrada pela maioria parlamentar de então, retirou ao seu próprio Governo, as condições técnicas indispensáveis para uma decisão, que tendo sido tomada como foi, adiou e pôs em causa o interesse regional e nacional, que agora não poderemos permitir seja novamente posto em causa.

Será com preocupação mas acima de tudo com coerência, verdade e responsabilidade, impedindo quaisquer tentativas de actividade política, transformada num jogo ao sabor dos ventos, que nos devemos mobilizar e estar atentos a quaisquer práticas ou tentativas de políticas imobilistas de direita.

João Soares

Vereador Independente na C.M.Barreiro

quinta-feira, março 13, 2008

A uma só Voz - Ponte Barreiro/Chelas

Dia 14 pelas 18 horas, nas instalações do Mercado 1º de Maio, actualmente em desactivação para obras, encontro e posição oficial do Município relativamente à opção da Ponte Barreiro/Chelas.

A presença de cada um será importante na afirmação de uma causa que entendemos pertencer a todos.


O Barreiro e os Barreirense Unidos, Convictos e Determinados pela PONTE.

domingo, fevereiro 10, 2008

NÃO VAMOS FICAR A VER PASSAR O COMBÓIO!........


“O PS defendeu Alcochete e Ponte Barreiro Chelas." “Estas razões, se outras não houvesse são suficientes para que sob a minha presidência, na Federação de Setúbal, em Junho de 2007 tenha convidado o Prof. Ernâni Lopes para nos vir falar sobre estas vantagens, assumindo eu próprio a defesa de Alcochete, tal como a Ponte Chelas-Barreiro, na sua versão rodo-ferroviária” –

Foi com estas palavras que Vitor Ramalho recebeu e apoiou a decisão do Governo sobre a escolha dos locais para a instalação de tão importantes equipamentos colectivos, indispensáveis e necessários para o País e para o Distrito de Setúbal, sobre o ponto de vista de uma lógica estratégica e do reforço e afirmação de Portugal no Mundo.
Perante esta posição assumida pelo deputado e representante dos socialistas do distrito, não ficarão quaisquer dúvidas, no presente e no futuro, sobre a atitude que o mesmo com toda a certeza irá protagonizar, mantendo como certa, a sua intervenção perante o poder central, na defesa e consolidação desses dois grandes objectivos.
Não conceberei outra, que não essa atitude, porque, sinceramente, se o não fizer, criará entre os socialistas barreirenses um batalhão de opositores que não se acomodarão com outra atitude, que não seja a da confirmação da decisão tomada recentemente pelo Sr. Primeiro Ministro, e secretário geral do Partido Socialista, de finalmente, como fez questão de realçar, dar ao Barreiro o equipamento que há muito reclama e merece.
É pois, com muita preocupação e desencanto, que vimos assistindo a notícias vindas a público sobre medidas e estudos encomendados pelo ministro das obras públicas ao LNEC, para a ponte recentemente anunciada para o Barreiro.
Perguntamos, como decidiu o governo as localizações anunciadas, se agora vem questionar as mesmas solicitando pareceres técnicos a um organismo como o LNEC.
Estaremos todos doidos?; querem-nos endoidecer?; ou será o governo através de ministros equivocados, que começa a perder as estribeiras e a passar das marcas, no que à decência se exige de um Governo da Nação, quando toda a gente está farta de saber, que neste momento a decisão é mais política do que técnica?.
Não quero sequer pensar em tal, porque se assim acontecer, vamos assistir a um confronto sem tréguas, porque não acredito que haja barreirense que não se sinta ofendido e responda de forma contundente e esclarecida, mostrando da fibra de que somos feitos, e de uma memória que continuamos a ter, não aceitando que brinquem com os nossos sentimentos, nem ponham em causa o futuro que pretendemos, temos direito e estamos a construir.
Ficamos à espera Dr. Vitor Ramalho, mas não vai ter muito tempo para vir a terreiro, e da mesma forma como assumiu publicamente na altura da decisão do governo como suas e do PS Setúbal essas decisões, juntar-se a todos os barreirenses e exigir aos governantes deste País, honestidade, coerência e decoro.


João Carlos Soares

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Consentimento ..... ou resignação?





No PS, contrariando afirmações de José Sócrates no Congresso em 2006, estamos hoje, perante um problema de identidade, definição doutrinária e ideológica.

Nas sociedades mais competitivas no processo de globalização europeu, tomando como referência as sociedades escandinavas, quer o forte peso do sector público, quer a existência de fortíssimos sindicatos, vêm desmentir e evidenciar, no mínimo, não existir relação ou incompatibilidades entre essas variáveis.
Por essa razão, leva-nos a concluir que, afinal, existe uma correlação positiva entre a robustez do sindicalismo e o nível de desenvolvimento económico, social e político.
O problema nasce e acontece de uma forma tradicional na Europa, quando se cultiva e defende uma forte ligação e subserviência dos sindicatos aos partidos políticos, contudo, torna-se por vezes incómodo e inoportuno à independência sindical.
Por outro lado, essa ligação, cria e proporciona uma maior representatividade social dos partidos, evitando, dessa forma, uma desacreditação e desmobilização na filiação partidária, consequência do abandono e afastamento dos eleitos às suas bases representativas, dos programas sufragados e do reposicionamento ideológico a que os partidos são sujeitos, sempre que se acercam do poder, ou quando se desencadeiam processos internos de sucessão e liderança.
Prova do que atrás se refere, talvez seja o processo iniciado e ensaiado por Ferro Rodrigues, numa aproximação declarada aos sindicatos, nomeadamente à CGTP, procurando dessa forma reconstruir e fortalecer essas relações.
Quando se refere que José Sócrates, sem esconder as suas intenções bem definidas no seu programa à liderança do PS, se apresentava como o candidato à direita no partido, defendendo uma estratégia política essencialmente neoliberal, começa por se perceber sem qualquer dificuldade a retórica anti-sindical a que o governo, através dos seus ministros e secretários de estado utiliza frequentemente, quando o diálogo, a tolerância e acima de tudo o discernimento nas políticas sociais desaparecem.
Como defendem, e muito bem, militantes de base e alguns parlamentares do partido de José Sócrates, para que se seja de esquerda, num contexto em que são necessários sacrifícios e ajustamentos dolorosos, deve ser a capacidade de negociação destes ajustamentos, nomeadamente com os sindicatos, e a oferta de contrapartidas, essa marca que define e faz a diferença entre a esquerda e a direita.
Ao que assistimos, ilustra infelizmente para todos os que acreditam numa sociedade solidária, ao afastamento gradual das políticas de esquerda do Partido Socialista no governo, num maximalismo dos sindicatos e na ausência de uma estratégia do governo para o relacionamento com eles, evitando-se a todo o custo a hostilização e a apresentação de propostas sem contrapartidas minimamente aceitáveis.
Globalmente, a dualidade de critérios a que assistimos por parte do governo, em matéria dos ajustamentos e sacrifícios que está a pedir aos Portugueses, além de não ser honesto do ponto de vista da igualdade, legitima cada vez mais a revolta daqueles a quem mais ajustamentos e sacrifícios são pedidos.
Uma coisa é o Partido Socialista nunca ter tido uma forte ligação ao mundo do trabalho, outra bem diferente é prosseguir uma estratégia de hostilização dos sindicatos.
Não faltarão, com certeza, vozes discordantes e impacientes no seio do partido, só que, perante o mandato inequívoco que os Portugueses colocaram nas mãos de José Sócrates, e face aos acordos internos com que alguns círculos se encontram comprometidos e às clientelas nas elites instaladas e instituídas, não acredito haver actualmente coragem política no interior do PS, para hostilizar e combater a liderança neoliberal do partido, a que José Sócrates se propõe conduzir.

João Carlos Soares

sábado, janeiro 05, 2008

Intenções...........!


A transformação, no rumo a uma sociedade justa, exige seriedade num processo de profundas mudanças, implicando a participação de todos e a actualização de conceitos e ideias.

Desde o início, na corrida à liderança do PS se começaram a descortinar divergências acentuadas nas candidaturas de Manuel Alegre e João Soares, numa clara escolha de uma esquerda participada, em contraponto a uma atitude centro/direita neoliberal representada por José Sócrates, o que à partida anunciava, desde logo, um trajecto partidário ideológico de afastamento e negação das suas raízes.
Tendo os primeiros anunciado a sua intenção de lutarem por maiorias absolutas do PS, no caso de o não conseguirem, privilegiariam acordos com os partidos situados à sua esquerda. Pelo contrário, José Sócrates e a sua candidatura sempre defenderam e afirmaram que a simples probalidade de aceitar uma vitória sem maioria, enfraqueceria a posição do PS na luta pela maioria política.
Perante estas candidaturas, não desfazendo as credenciais apresentadas pelos seus adversários, José Sócrates, pela sua juventude, a sua capacidade de comunicação, a firmeza nas suas convicções, o excelente desempenho que exibiu nas pastas ministeriais a que esteve ligado no governo de António Guterres, em contraste com a hesitação, a falta de coragem e a paralisia que caracterizou o final do guterrismo, reuniu indiscutivelmente a seu favor indicadores de confiança partidário, que lhe viriam a proporcionar uma vitória sem contestação.
Sendo um dos trunfos de José Sócrates o seu indiscutível perfil para candidato a primeiro-ministro em conjunto com a ideia central que apresentava para o desenvolvimento do País, fizeram dele um líder partidário indiscutível, e proporcionar-lhe-ia inevitavelmente, o que veio a acontecer, a conquista das eleições legislativas em 2005.
Porém, cedo se constatou que a especialização em mensagens vagas e ambíguas, tal como a não assunção clara e premeditada do património de esquerda, desmobilizaram o seu eleitorado, provocando uma desilusão colectiva, perdendo-se a hipótese de levar por diante um projecto capaz de galvanizar o núcleo da esquerda e, simultaneamente, conseguir um apoio maioritário na sociedade.
Tendo sido, no meu entender, o ministro mais positivo do governo de António Guterres, não reteve e não aprendeu a grande lição a retirar nessa altura, a vertigem de tentar agradar a todos, é o caminho mais curto para não se agradar a ninguém.
O peso da despesa pública no nosso País atingiu níveis extremamente elevados e insustentáveis, se considerados, na devida proporção, com os nossos parceiros da comunidade europeia. Considerando-se o desnível na protecção social em relação à média da comunidade, o ritmo de crescimento dessas despesas começa a levantar sérias dúvidas e causar graves problemas de sustentabilidade futura num estado providência, como o pretendido e prometido.
Portanto, para além de se exigirem políticas capazes de estimular o crescimento económico do estado, depreende-se também daí, que serão necessários sacrifícios para o País poder atingir os objectivos e equilibrar as finanças públicas e promover a sustentabilidade financeira do estado.
No entanto, um ponto essencial a ser ponderado e nunca esquecido, é que o povo é justo e exige dos seus eleitos justiça e equidade relativa na forma e distribuição desses mesmos sacrifícios.
Nesse sentido, o governo de José Sócrates tem passado a mensagem de que, contrariamente a governos anteriores, os sacrifícios, agora, são para todos sem excepção.
Nesse sentido, será oportuno relembrar e equacionar algumas dessas decisões, porque à mulher de César para além de sê-lo tem que parecê-lo.
Uma das primeiras medidas foi o aumento em 2% do IVA, medida essa que atingiu indiferentemente todos os segmentos sociais e, por isso, penalizou e castigou sobretudo os mais desfavorecidos.
Anunciou o congelamento das carreiras na função pública e, tem mantido um braço de ferro com as centrais sindicais, o que tem motivado o descontentamento e dado origem às maiores manifestações de trabalhadores nas duas últimas décadas, após o 25 de Abril.
Aumentou a idade para a reforma dos funcionários públicos para 65 anos, convergindo com a idade de aposentação que já se verifica no sector privado.
Em contrapartida, no que concerne à tão anunciada distribuição de sacrifícios, apresentou o fim a algumas regalias excepcionais da classe política, fim das subvenções vitalícias e dos subsídios de reintegração dos deputados, o fim da contagem a dobrar na contabilização das reformas para os autarcas, o estabelecimento de limites à acumulação de vencimentos com reformas ou mais do que um vencimento , no caso dos autarcas nas empresas municipais, etc,etc...
Sendo de louvar estas medidas, até porque eram de há muito exigidas pela maioria da população e nunca nenhuma força política tenha tido ousado tocar-lhes, a verdade é que os ditos e anunciados sacrifícios têm poupado muita gente. Em matéria da idade de reforma, o fim dos regimes de excepção deixa de fora vários segmentos da população. Nas instituições como o Banco de Portugal, a Caixa Geral de Depósitos, ....etc., o Governo não teve a coragem de acabar com as reformas douradas, muitíssimo antes da idade legal de reforma da generalidade das pessoas.
Em algumas situações como a situação das forças da ordem, GNR, PSP..etc, houve um recuo, e assumiu que vai permitir a reforma dos polícias aos 60 anos, no entanto não se entende este tipo de equidade, que o governo diz ter, senão vejamos; Se os professores podem mudar de função quando chegam aos 60 anos, segundo dizem a bem da qualidade no ensino, porque razão não poderão igualmente os polícias passar a executar tarefas administrativas, se agora já as fazem?
Não quero acreditar que, tal decisão, se prenda pela simples razão de que as suas manifestações sejam mais ruidosas........
Outra das grandes promessas, chumbada recentemente na Assembleia da República, a luta contra a corrupção, fraude e evasão fiscais, legislação essa, por acaso apresentada e defendida por prestigiados economistas da mesma área ideológica, privando a administração pública de um eficaz instrumento para o efeito.
É verdade que são necessários alguns sacrifícios para o País poder atingir os objectivos e equilibrar as finanças públicas e de promover a sustentabilidade num estado providência que se exige. Há que reconhecer que o governo tem demonstrado uma grande coragem e determinação na sua atitude reformista do estado, defendendo-se e reafirmando de que esses sacrifícios desta vez têm sido para todos, mas na realidade o que se tem passado, é numa cada vez maior desigualdade na forma como esse sacrifício se exige e controla a nível dos contribuintes cumpridores, e dos outros, aqueles que continuam a ser privilegiados, como sejam a banca e toda uma panóplia de interesses economicistas.
O governo parece confundir firmeza e determinação com desrespeito pelos interesses sociais organizados. Entende-se e até se aceita que o governo, seja ele qual for, deve ser firme e determinado nos seus propósitos, no entanto, os interesses sociais organizados sempre foram e continuarão a ser um pilar fundamental e indispensável de uma sociedade democrática e, a negociação colectiva tem que continuar a ser um princípio fundamental da democracia.


João Carlos Soares