segunda-feira, dezembro 01, 2008

O Crime não pode nem deve ser compensado


Com todas as pretensões de liderança, à esquerda, apetece-me dizer:Para a p.q.p.
Não poderei dizer nem considerar resposta politicamente correcta, nem aceitável, até podendo ser interpretado de forma errónea, com ideias e pensamentos ideologicamente de direita. Mas não, e como pode ser constatado na selva política em que nos movimentamos, o que não falta por aí, são necrófagos e hienas que de forma tola, se vão rindo, por enquanto, um riso hipócrita escondendo e encobrindo o ranger dos dentes de raiva, contra tudo e contra todos os que questionem os seus privilégios, que consideram como direitos naturais. Neste contexto, não nos podemos esquecer dos ressabiados oportunistas de última hora.
Parece até que os partidos se envergonham, e de forma lesta se apressam a despir as vestes e sentimentos que os nortearam, com o simples objectivo de agarrar uma única oportunidade que seja, para se constituírem como símbolos do nada, numa sobrevivência continuada e adiada, sustentada por mera retórica saudosista, tendo como único objectivo içar a bandeira da esquerda no altares da política.
Continua a ser o mitigar do amigo e do inimigo político a manter a sobrevivência da política e de alguns políticos, no meio de alguma perplexidade dos mais atentos e informados, ao sabor de um gosto e numa época em que as críticas não são bem vindas nem aceites, sintoma e característica de quem faz o jogo preferido da direita, utilizando alguma inocência útil dos agitadores, mesmo que não objectiva, muito menos intencional.
De forma contínua, contribuímos e alimentamos um ciclo pendular de mentes assaltadas por fantasmas do passado que continuam a ensombrar o presente com dúvidas e receios.
Quando se fala em crise, a mesma crise que contribuiu para o colapso financeiro e económico das sociedades, através da trafulhice e compadrio ultimamente conhecidos dos portugueses, através dos escândalos tornado públicos, é a mesma, e são os mesmos os responsáveis pelo fracasso do sistema político que os tolera e protege.
O mundo do faz de conta, em que nos têm envolvido e enganado, cobra de todos nós uma factura que tenho dúvidas os portugueses estejam dispostos a pagar, sem que para tal, os responsáveis, alguns deles já identificados, sem apelo venham a pagar e sentir as consequências da sua perversa acção, descaramento e falta de respeito para com todos os que acreditaram na transparência do sistema bancário, e nas garantias dos sistema político, garante do respeito pelos mais elementares valores de um País, na plena defesa da sua Constituição, são exactamente os mesmos que, hoje estão no Governo e amanhã nos lugares de administração de interesses particulares.
A actual crise internacional, coincidente e resultado da falta de confiança dos mercados bolsistas de referência, na subida descontrolada e inflaccionada dos combustíveis pelos mercados accionistas de títulos, calculados em previsões por sofisticados sistemas de engenharia financeira ao sabor dos interesses instalados na alta finança capitalista, transformando e condicionando cada vez mais a actividade política, já de si vinculada à institucionalidade cada vez mais estranha e alheia à realidade social.
Esta crise potencializada pelo descrédito, desconfiança e falência do próprio sistema político, representa a necessidade e preocupação que nos deve unir, no sentido dos cidadãos reagirem à falta de ética e desmando da vida pública, por forma a garantir que a corrupção e os actos fraudulentos apurados e desmascarados, não venham uma vez mais a ficar impunes.
O crime não pode nem deve ser compensado.

João Carlos Soares

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