Passos
Coelho, com o seu discurso de raiz ideológica neoliberal e a determinação em
afundar o país numa crise económica de que não há memória, completamente afastado
das linhas de orientação, próprias de uma social-democracia europeia, virou à
direita, mostrando tiques esquizofrénicos e fascizantes, num total desrespeito
pelos direitos consignados pela Constituição Portuguesa, sobre a qual jurou
lealdade.
Que
esperar, portanto, de um governante que, não respeitando a Constituição do seu
País, se colocou de quatro, perante uma Alemanha que, a todo o custo, pretende
ver concretizado um sonho diabólico, por outro tentado, substituindo as armas
do terror Nazi, por outras armas, estas económicas que, com o mesmo objetivo, dilaceram
e destroem compulsivamente, o futuro de gerações subjugadas à tirania de uma
casta de magnatas que dominam o espetro económico em que estamos inseridos.
Esta
situação só foi possível, graças à luta desenfreada entre as forças progressistas
de esquerda que, nunca souberam deixar para trás as suas diferenças,
aproveitando aquilo que as podia unir, a defesa dos direitos daqueles que
representam, o Povo. É o que temos vindo a assistir ao longo de quase quatro
décadas de democracia, onde a apetência ditatorial da direita à espreita, aproveitando
essa fraqueza e ódio entre os partidos de esquerda, alimentaram uma direita
envergonhada e nunca assumida, disfarçada de social-democracia, que passadas
quatro décadas, aparece sem medo e pujante, numa autêntica compilação do que
Salazar fez quando subiu ao poder, instaurando uma ditadura predadora dos
direitos de cidadania, que os Portugueses não podem nem devem esquecer.
Torna-se
necessário e urgente, uma união progressiva dos partidos de esquerda, centrais
sindicais, movimentos progressistas independentes, militares e forças
policiais, em torno de um objetivo, a ação e rejeição incondicional da atitude ideológica
desta coligação no poder (PSD, CDS, Presidente da República), que contrariam a
vontade expressa dos homens e mulheres que lutaram e contribuíram na
clandestinidade, para que os militares de Abril libertassem o Povo das amarras
do fascismo.
O que
este governo prepara, e nos deve deixar apreensivos é, a quebra de unanimidade na
sociedade civil sobre os princípios basilares do regime, optando por uma guerra
ideológica desenfreada contra a Constituição, violando constantemente
princípios fundamentais, numa altura em que o consenso deveria ser a prioridade
para ultrapassarmos as dificuldades num contexto europeu.
No
meio desta tempestade financeira dos países mais carenciados, em que nos
encontramos, o 1º ministro, mostrando total falta de bom senso, ou então de
forma intencional, utiliza a crise instalada, como móbil para desencadear uma
guerra contra o regime, desrespeitando a Constituição e confrontando as
decisões do Tribunal Constitucional, exatamente o órgão responsável por fazer
cumprir os princípios e desígnios da nossa democracia.
O
resultado desta desgovernação e desmando constitucional, para além de ter mergulhado
o país numa enorme crise económica, sem fim à vista, parece estar a conseguir
fazer, aquilo que nenhum político ou governo conseguiu fazer em Portugal, desde
o 25 de Abril de 1974, que é, finalmente, colocar os partidos de esquerda e
centrais sindicais, todos do mesmo lado, esperando nós que, e na continuidade
desta ação, os líderes de esquerda consigam ultrapassar as suas diferenças, em
prol da defesa dos princípios elementares da Democracia, dos Cidadãos e de Portugal,
sem preocupação de quem a lidera, apostados sim na força que essa união
produzirá, que será derrotar este governo, déspota e reacionário.
Dia
17 de Junho, o Povo deve unir-se em torno dos professores, apoiando-os, naquele
que será o primeiro teste de avaliação ao ministro da educação e governo,
quanto ao respeito pelo direito à greve, consignado pela Constituição
Portuguesa, e que terá o seu ponto alto dia 27 de Junho, apelando-se, a todos
os Portugueses, que demonstrem a sua indignação e repúdio por este governo que
não os respeita.
João Carlos Soares
Barreiro, 05 de Junho de 2013
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