segunda-feira, setembro 02, 2013

A Esperteza Saloia dos Manipuladores



Passados quatro décadas do 25 de Abril, dia da liberdade, igualdade e esperança para um povo amordaçado e espoliado dos seus direitos, eis que nos confrontamos com uma imensa legião de saudosistas, forças retrógradas e reacionárias que se colam a partidos e, uma vez no poder, atentam contra os valores da democracia, pondo em causa e desrespeitando os princípios consignados na Constituição.
Torna-se difícil para estas forças, tolerar o direito à igualdade e ascensão da classe trabalhadora, direitos conquistados com muita luta e humildade ao longo destes anos de democracia. É natural que essa minoria cruel e, por vezes, desumana, não suporte a partilha dos seus privilégios, nem a eliminação do fosso entre a maioria dos social e economicamente desfavorecidos, e a minoria da classe parasita e materialista, que se sente superior, mas que não passa de uma burguesia podre, revanchista ao serviço dos interesses dos grandes grupos económicos.
Vivemos momentos difíceis e complicados, onde o vale-tudo parece ter tomado conta desta escumalha no poder, onde a mentira, a corrupção, o ódio e a vingança, prevalecem em detrimento dos valores da justiça, igualdade, ética e respeitabilidade.
Subestimámos a hipocrisia e competência destas forças, impacientes para voltar a repor um estado de subserviência, política, económica e social, através de políticos, testa-de-ferro dos grandes grupos económicos, gente com uma ambição desmedida, atores serviçais e intelectualóides frustrados, subservientes numa burguesia fútil e medíocre.
É cada vez mais necessário, a atenção das populações, fazendo apelo ao patriotismo de cada cidadão, para o golpe traiçoeiro da direita fascizante e saudosista portuguesa, reagindo às agressões, preconceitos e jogo sujo desta elite burguesa e putrefacta.
O povo está cansado de tanta mentira, esbulho e humilhações, impostas por uma ditadura encapotada num regime democrático, à sombra de um governo, uma maioria parlamentar e um presidente, que fazem da Constituição folha morta.
Autárquicas à porta, e é um ver se te avias, na demarcação de posições, no que aos candidatos e programas diz respeito, como se os conceitos e valores, dos representantes partidários e candidatos autárquicos do arco da governação, enquanto poder central, não fossem uma e uma coisa só, onde defendem posições que prejudicam os mais desfavorecidos, e depois na ambição de obter o apoio da população, se apresentam como paladinos dos direitos e regalias desses cidadãos, contrariando tudo quanto os seus correligionários, no poder, decidem em prejuízo dos mesmos.
É contra este tipo de hipocrisia que os eleitores se têm que preocupar, não embarcando em falsos discursos propagandísticos e de ocasião, que escondem a arrogância e o desrespeito com que serão confrontados com as promessas no dia-a-dia, passada que foi a encenação durante o processo eleitoral, num total desrespeito pela confiança depositada pelos eleitores, nos programas eleitorais sufragados.
O discernimento e a realidade do país deverão ser fator fundamental para uma escolha coerente, fazendo-se uma avaliação da capacidade de execução dos programas eleitorais, na proporcionalidade direta com as promessas apresentadas pelos candidatos.
Aliás, o bom senso diz que, os políticos que tenham alguma massa cinzenta na cabeça deverão começar a lembrar-se que, o desempenho de cargos públicos, não pode ficar apenas por colher votos, por via de espectativas, promessas e demagogias baratas.
É preciso dizer basta, porque chegou a altura do povo português acordar para o facto de que estamos a viver de promessas vazias e demagogia barata, sem falar que estamos a ser obrigados a pagar as dívidas contraídas pelo maior esquema de fraude e corrupção jamais visto em Portugal, levados a cabo à sombra dos cargos públicos, sem que os responsáveis, conhecidos publicamente, sejam punidos pelos seus atos.
A recente lei aprovada na Assembleia da República pelos mesmos do costume, PS, PSD e CDS, que protege os interesses dos cargos públicos, é bem a prova da matreirice de uma classe política comprometida e conivente com todo o tipo de falcatruas, que assim deixam de poder ser controladas pelos órgãos competentes, e chegar ao conhecimento público, ilibando legalmente os malfeitores, porque a sua vida económica deixa de poder ser fiscalizada, provando que a corrupção e a impunidade são em Portugal uma triste realidade.
  Como disse Karl Kraus um dia; “O segredo do demagogo é o de se fazer passar por tão estúpido quanto a sua plateia, para que esta imagine ser tão esperta quanto ele”

João Carlos Soares
Barreiro, 02 de Setembro de 2013

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