Hoje,
dia 14 de Novembro de 2013, na abertura dos noticiários, em todos os canais de
televisão, foram os portugueses surpreendidos, por uma notícia, que de tão
empolada que foi, com a presença e discursos de diversos ministros, até parecia
que tinham chegado ao fim, todos os problemas e privações dos cidadãos, desta
parcela da Europa, à beira-mar plantado, ou então a notícia divulgada, teria
como objecto um outro país, porque por cá a realidade é lamentavelmente muito
diferente.
Que
maior disparate, que enorme mentira, num regime que pretende manter as
aparências, mas não consegue disfarçar a democracia de mentira em que estamos
atolados.
Assistimos
estupefactos aos dislates destes aprendizes de feiticeiro, excelentes alunos de
uma escola que domina a europa, a caminho de uma ditadura, na sombra de um
modelo implementado e que rege hoje as sociedades democráticas, mas que não são
mais que democracias de fachada, que estão reféns e obrigadas a obedecer ao
sistema financeiro, criando cada vez mais desigualdades entre os cidadãos, que
levarão definitivamente ao colapso social, subjugados ao poder absoluto do
capitalismo, ele próprio ameaçando desmoronar-se encima das cabeças dos seus
fomentadores.
Com
tanta mentira e falta de rigor, há que tomar medidas urgentes para por termo a
esta pouca vergonha. É preciso declarar, de uma vez por todas, guerra contra
aqueles que se têm servido da democracia para enriquecer, onde os lobbies
secretos decidem sobre o destino de milhões de pessoas, independentemente da
vontade expressa e sufragada nas urnas.
Os
cidadãos sem filiação partidária, militantes e simpatizantes das estruturas
progressistas deste país, têm que resolver entre si as diferenças, procurando
capitalizar o que os une, acabar com os rancores do passado e, encetar uma
jornada de luta e contestação, até que vejam a sua dignidade reposta, respeitada
e garantida.
Se
não nos opusermos a esta casta de poderosos instalados no poder, que beneficiam
de uma completa impunidade, e cobertura do Presidente da República, seremos, no
futuro, acusados de pactuar com aqueles que ditam as leis e desrespeitam os
mais elementares deveres do Estado perante os seus cidadãos, como uma autêntica
máfia, que acabará por destruir o sonho de gerações que ambicionaram e lutaram
toda a sua vida para serem livres e deixar um país com futuro para os seus
descendentes.
Há
que restaurar a democracia, desmascarar a oligarquia instalada, expondo-a tal
como ela é, pois não passa de um regime nas mãos de poucos, impondo os seus
critérios sem hipótese de serem sequer questionados, que pretende manter os
privilégios de uma elite em detrimento das necessidades sociais básicas da
maioria dos cidadãos.
O
caminho escolhido para a europa, vai deslizando até uma espécie de regime
europeu autoritário, liderado pela Alemanha, cujo único objectivo é levar os
países em dificuldades e economicamente destruídos, a uma situação social
politicamente dramática, pondo termo à democracia, como a entendemos.
Ouvimos
repetidamente, da boca dos governantes, que estamos em democracia e que tudo
está debaixo do seu controle, mas que não passa de uma falácia consentida, pois
sabemos muito bem que estão em perfeita sintonia ideológica com o capitalismo,
e que progressivamente nos irão roubar a liberdade e o poder ao povo.
A
democracia portuguesa está enferma, debilitada pelos desvarios e falcatruas dos
governantes, onde os mercados e o poder financeiro determinam as orientações do
governo nas suas decisões políticas. Vivemos sim, mas numa democracia só para
alguns, uma vez que se puseram de acordo entre si, PSD/CDS e Presidente da
República, impondo as decisões ao arrepio da Constituição Portuguesa, numa
prova de braço de ferro entre o direito dos cidadãos e o poder desmedido dos
mercados financeiros, e não se enxerga por parte do PS, uma atitude
sancionatória e crítica, que convença o eleitorado, demarcando-se das posições
assumidas pelo actual governo com propostas sérias que garantam e reponham a
nossa soberania.
Os
políticos deixaram de tomar decisões na defesa dos cidadãos e interesse
público, desde que essas decisões possam vir a prejudicar os interesses
económicos e os interesses da oligarquia financeira, que assim, manobra e
mantem as rédeas curtas do poder político do Estado, retirando-lhe
efectivamente na prática a soberania popular e do Estado.
O
povo, somos todos nós, quer estejam ou não identificados com as diversas
famílias políticas, pelo que face ao desrespeito do governo, para com o povo
que os elegeu, e sendo o povo o coração da democracia, esta postura representa,
nada mais nem menos do que, uma ruptura profunda e irreversível com o povo e
com os valores de uma verdadeira democracia.
A
nossa obrigação terá que consistir, no seu essencial, em garantir no futuro, as
condições da possibilidade de sonhar e dar aos nossos filhos a capacidade de
também eles poderem sonhar e viver numa sociedade onde o respeito, os valores e
a dignidade dos cidadãos estejam garantidos.
Não
sei se conseguiremos caminhar pacificamente para uma transformação da
sociedade, por forma a reconquistar a democracia perdida, com inteligência,
evitando cairmos na armadilha da violência, para que não tirem partido nem
proveito disso. Para tal, será preciso muita coragem e união, concertação e
atitude patriótica, pondo termo a este país do faz de conta, da farsa e da
derrota da democracia.
João
Carlos Soares
Barreiro,
15 de Novembro de 2013