sábado, junho 16, 2007

Opinião Pública - Obrigado Dr. Mário Soares


Das lógicas à prática...........;

Existem enormes diferenças ou barreiras as quais podemos considerar como paradoxos referenciados, que separam uma simples democracia de eleitores de uma democracia de cidadãos, que mantêm e consideram o voto como elemento fundamental, inquestionável e aglutinador de vontades, defendendo e exigindo que esse direito continue a marcar e a fazer a diferença nos regimes democráticos.
Havendo por isso um progresso democrático considerável nas sociedades ocidentais, o respeito pelo direito universal do direito ao voto, a correcção por todos realçada e aceite na concretização dos processos eleitorais, transmite uma confiança nos processos e conceitos de direito e igualdade, proporcionando o acesso alargado ao emprego, e acima de tudo, respeitando e fazendo respeitar os mais elementares valores de cidadania.
Os partidos políticos passam por uma fase de crise, exactamente pela falha de representatividade no momento em que, não somente a democracia trilhando o seu caminho e avançando se consolida, mas ainda o jogo político se transforma tendo como referência a acção de movimentos cívicos, mostrando que existe, a um tempo, perda de confiança nos partidos ou até bloqueamentos institucionais, e a outro tempo uma maior abertura desse mesmo jogo político a toda a sociedade.
Este é, sem sombra de dúvida, o resultado de que de facto o nível dos direitos políticos cresce e alarga-se, ao mesmo tempo que os partidos políticos se mostram cada vez mais impotentes para resolver e apresentar orientações programáticas para solucionar a questões sociais, de emprego, qualidade de vida, desigualdades, etc, .
É necessário que os dirigentes políticos se aproximem das bases, auscultem as classes desfavorecidas, voltando a ouvir o povo, por forma a articularem nos seus programas e na sua actuação enquanto poder, medidas eficazes para um equilíbrio cada vez mais desejável e necessário, para uma estabilidade no sucesso económico, progresso social e democratização do estado .
A crise da representação política não tem, nem poderá ter, como única origem e desculpa, as dificuldades estruturais ou conjunturais do sistema político. Esta crise resulta igualmente da vida social, institucional e cultural do próprio estado.
Se não tiverem capacidade para se aproximar do povo, para se identificarem com as suas necessidades e dificuldades, transformar-se-ão inevitavelmente numa ilha com um sistema democrático instituído, mas rodeada por um oceano de autoritarismo, onde os direitos dos cidadãos e a imprensa se consideram livres, mas pouco mais!.

Como tive pena de não ter podido estar ontem em Setúbal, para aplaudir de pé aquele Senhor que ainda consegue transmitir e fazer escutar a vontade do povo, que um dia o recebeu em lágrimas de alegria.
Começava a duvidar das minhas opções e conceitos para uma sociedade justa e equilibrada.
Fiquei mais descansado, afinal não sou eu que me estou a afastar dos conceitos que nos devem orientar nos caminhos da igualdade e justiça social, ao encontro de uma população cada vez mais desencantada com a intervenção dos seus representantes.

Obrigado Dr. Mário Soares
João Carlos Soares

1 comentário:

Anónimo disse...

Os partidos políticos estão em crise, não pela falha de representatividade mas porque se tornaram em "Clubes" que albergam "xicos espertos".
Se fizermos uma retrospectiva, verificamos que os partidos foram perdendo a sua "massa encefálica" ao longo dos tempos. Os crâneos que existiam nos partidos foram, ao longo dos anos, acomodando-se em lugares de destaque nas multinacionais e nas empresas públicas e mandaram às urtigas a ideologia e o bem comum.
Ficaram só aqueles que aspiram também a um lugar ao "sol", nem que para isso tenham que matar o pai e a mãe, para irem ao baile dos órfãos.
Depois temos os partidos que têm à frente pessoas incultas que, apesar de licenciadas, não dão uma para a "caixa".
A democracia que está em jogo actualmente é aquela que cada um pode usufruir a partir do momento em que tenha salvaguardado o direito de se locupletar com qualquer coisa que lhe garanta um status e uma presença mais ou menos assídua e contínua na "ribalta", já que essa será a única forma de sobreviver como "político".
Olhe, conte somente consigo e não agradeça a ninguém o que quer que seja. Considere-se sempre como um par e pense que todos temos nas mãos a possibilidade de mudarmos o Mundo.

Beijokas